sábado, 24 de agosto de 2013

Siga a luz

Tímida, reservada, amedrontada. Você tem medo, eu sinto, eu vejo, eu ouço seu medo ... claramente e timidamente, em qualquer palavra banal, com poucas letras, mais vogais, menos consoantes, que seja. Seu medo grita mas não me surda. Talvez você já esteja surda mas você não se importa mais, criou uma barreira. Barreira fraca onde uma fumaça passa e te deixa melhor, te faz pensar que está melhor, que não está surdo, que sua realidade é verdadeiramente sua. Você ouvia vozes gritando, pedindo ajuda para afastar a fumaça, mas você já não ouve mais, na verdade, se recusava a ouvir. Então elas iam, mas sempre restava o eco que voltava para ti. Você se preocupa com o sentimento das vozes, da voz, mas estava confuso, queria ficar. Não havia espaço para dois, então ela se foi, as vozes se foram, a voz se foi. Mas desta vez, até um fim, talvez só dessa vez, você ouça uma voz diferente, insistente, irritante, perturbante ... para sempre, até que você pare, pense, saia e combata, cara a cara, a tal fumaça.

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